Tô Podre
- Um distinto cavalheiro vai a um
hospício muito grande visitar um parente distante.
- Ele é encaminhado ao predio 15,
ala F, corredor 57, sala 348. Depois de muito caminhar e não achar o local, ele viu que
estava irremediavelmente perdido dentro daquele labirinto de corredores.
- Quando procurava a saída ele ouve
gritos pavorosos vindos não se sabia de onde:
- - To podre! To podre! To podre!
- Defensor dos direitos humanos, o
distinto antevia um pobre maluco, um farrapo humano, carcomido pelos vermes ou devastado
por uma doenca, abandonado moribundo em uma cela. E saiu a perseguir os gritos para
descobrir seu dono. Caminha daqui, entra num corredor dali e os gritos persistindo:
- -To podre! To podre! To podre!
- Depois de muito andar ele chega
defronte uma cela e depara-se com a cena. Um louquinho nú enfia o indicador no anus,
tira, cheira e grita:
- -To podre! To podre! To podre!